O descaso do Governo do Distrito Federal com os trabalhadores da limpeza urbana parece não ter fim. Após não cumprir a promessa de recontratar os garis demitidos no processo de transição de empresas em 2019, a contratação de novos trabalhadores apresenta uma série de retrocessos no que diz respeito aos direitos trabalhistas e não leva […]
O descaso do Governo do Distrito Federal com os trabalhadores da limpeza urbana parece não ter fim. Após não cumprir a promessa de recontratar os garis demitidos no processo de transição de empresas em 2019, a contratação de novos trabalhadores apresenta uma série de retrocessos no que diz respeito aos direitos trabalhistas e não leva em conta o Acordo Coletivo de Trabalho da categoria em vigência.
Para pressionar o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), a cumprir sua palavra, nessa quarta-feira (17), os cerca de 600 trabalhadores demitidos realizaram um ato em frente ao Palácio do Buriti. Organizados pelo Sindlurb ─ Sindicato que representa a categoria ─ durante a mobilização, o grupo evitou aglomerações e usou máscaras, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em outubro do ano passado, o chefe do executivo chegou a prometer a recontratação de todos os demitidos antes de encerrar o período do seguro-desemprego. Porém, mesmo com todas as cobranças do Sindlurb, a readmissão segue pendente.
De acordo com o Sindlurb, após a manifestação, representantes do governo afirmaram que não há previsão para a recontratação dos trabalhadores, e solicitou à entidade o envio dos currículos dos demitidos para serem contratados com prioridade, no caso do surgimento de vagas. Entretanto, o Sindlurb destaca que já foi enviado para o GDF a lista com as informações sobre todos os trabalhadores que perderam o emprego.
“Iremos continuar na luta para garantir que os companheiros consigam o emprego de volta. Diante de um cenário de crise, é difícil ter que lidar com o descaso dos governantes que não cumprem com sua palavra. Pedimos respeito e queremos que as recontratações aconteçam o mais rápido possível” afirmou o presidente do Sindlurb, José Claudio.
Mais demissões
Para piorar a situação, mais demissões estão ocorrendo na categoria. Em meio à pandemia do coronavírus, as empresas que prestam serviços de limpeza e conservação no DF demitiram aproximadamente 250 trabalhadores que estão no grupo de risco ─ aqueles que apresentam doenças crônicas e que estão acima dos 60.
“É um descaso total. São trabalhadores que faltam dois ou três anos para se aposentar e que também não conseguem emprego em outro local”, disse o diretor de Comunicação do Sindlurb e segundo-secretário da Federação dos Comerciários (Fetracom), Raimundo Nonato.
Além disso, novas contratações emergenciais para as Usinas de tratamento estão ignorando o Acordo Coletivo vigente da categoria. Para se ter noção, os novos contratados não têm direito ao plano de saúde e receberão apenas 50% do tíquete-alimentação e outros retrocessos. O Servente de usina, por exemplo, que atua dentro o lixo e tem contato direto com substâncias diversas, teve o adicional de insalubridade reduzido para 20%. Antes, o valor era 40% do salário mínimo, que é o grau máximo do benefício.
“Vejo isso como falta de respeito. Tanto o governo atual como o anterior fizeram promessas de melhor as condições de trabalho da categoria, mas o que vemos é o sucateamento. É lamentável e vergonho o governador da capital do Brasil não ter compromisso com a categoria que limpa a cidade”, disse Nonato.
Fonte: CUT


